MPLA quer vencer as eleições em 2017


Dos Santos amigo, o povo está contigo”, “Dos Santos amigo, o povo está contigo”. Quem diria. Tão antiga, mas tão actual e arrepiante. Em 1992 era apenas o slogan da campanha vitoriosa do MPLA nas primeiras eleições gerais em Angola, que inauguraram o sistema multipartidário. Hoje é com ele que os angolanos, de Cabinda ao Cunene e do Mar ao Leste, manifestam o seu carinho e reconhecimento ao homem que, por tudo o que fez por Angola, desde a luta de libertação, da defesa da soberania e integridade territorial, e para que todos sem discriminação desfrutassem do seu mais preciso bem comum, a paz, atingiu uma dimensão que vai além das cores de um só partido. Quem o tem não quer perdê-lo por nada. É certamente o activo mais valioso do MPLA. E o VII Congresso provou-o. Ontem ao despedir-se dos congressistas, e quando o auditório gritava em uníssono, José Eduardo dos Santos, reeleito presidente do MPLA com mais de 99 por cento dos votos, foi incapaz de disfarçar a emoção que o levou a quebrar o protocolo e dizer algumas palavras a mais, para além do discurso que ele próprio preparou na véspera, em que destacou a ética partidária. Ao deixar escapar um quase inaudível “conto com todos vocês”, que definitivamente não estava escrito, o presidente do MPLA pretendeu retribuir a manifestação de carinho por parte dos congressistas que vieram de todos os cantos de Angola e também do estrangeiro, eleitos pelas organizações de base e intermédias. Depois de eleito o presidente e o comité central, o MPLA vai anunciar já na próxima terça-feira a composição do Bureau Político e do Secretariado deste que é o seu órgão de cúpula. A reunião foi propositadamente anunciada sexta-feira à noite, um dia antes do fim do Congresso, o que acabou por retirar a pressão sobre o dia do fecho dos trabalhos, em que toda a gente estava à espera que fossem anunciados os nomes que vão integrar o organismo permanente de direcção do partido, que delibera no intervalo das reuniões do Comité Central e tem também por atribuição tratar de fazer ajustamentos pontuais nas estratégias do partido. Com efeito, será na próxima terça-feira que o comité central vai eleger o Bureau Político, de entre os seus membros, através de lista completa, pelo sistema maioritário, como definem os estatutos. Além do presidente do partido, fazem parte do Bureau Político o vice-presidente do partido, o secretário-geral, o coordenador da Comissão de Disciplina e Auditoria do Comité Central, o presidente do Grupo Parlamentar, o primeiro secretário nacional da JMPLA e a secretária-geral da OMA. Os estatutos dizem ainda que o Bureau Político pode ter um número de membros correspondente a até 15 por cento do Comité Central, sob proposta do presidente do Partido, respeitando a proporcionalidade da composição do Comité Central, o que permite admitir que venha a ter até 54 membros. Mais oito que o cessante. O desejo expresso de haver renovação e continuidade, como princípio orientador de todo o processo orgânico do Congresso, eleva a expectativa em torno de quem o presidente do partido, com a liderança ainda mais reforçada com o voto de confiança dos militantes, vai propor para vice-presidente e secretário-geral do partido. Ambos os cargos, como de resto todo o bureau político e o seu secretariado é proposto pelo presidente, de acordo com os estatutos do partido. Fonte: jornaldeangola.sapo.ao